Consequências...
O que mudou na seleção em tão pouco tempo? De equipa de alto nível que fez suar a Espanha no Euro, passamos a um conjunto de jogadores sem confiança, sem organização e de maus resultados? Tudo isto se deve a vários fatores, que conjugados, fazem algum sentido.
Portugal não ganha há 4 jogos (2 amigáveis) e as exibições não encantam.Ao contrário do Euro 2012, onde até tivemos uma equipa bastante competente, mas principalmente, segura na defesa, cometemos agora demasiados erros e os adeptos portugueses começam a ficar fartos. Sempre fomos um país de qualificações sofríveis, com a calculadora na mão e, perspetivando o Mundial 2014, o futuro augura o mesmo sofrimento.
Um dos principais problemas está relacionado com a falta de ritmo de alguns jogadores. As opções na seleção também não são muitas e Paulo Bento acaba por convocar quase sempre os mesmos, mesmo que estes não se apresentem na melhor forma. Aliás, ninguém do 11 base da seleção está ao mesmo nível daquele que apresentou no Campeonato da Europa. Ainda assim, quando um desses 11 elementos não está disponível, a equipa ressente-se. Na partida com o Equador foram notórias as ausências de Pepe e Rui Patrício e a prestação ainda longe do esperado de jogadores como João Pereira, Bruno Alves, Fábio Coentrão, Miguel Veloso ou Raul Meireles.
"Sangue novo" também é algo que Portugal está a precisar. Neto, André Gomes e Nélson Oliveira são os mais novos, mas mais são precisos, sem mexer na base da equipa, claro. A prestação no último Campeonato do Mundo de sub-20, por exemplo, não pode ser esquecida. Porém, a falta de aposta nos jovens no nosso país não facilita o trabalho do selecionador. O que poderia facilitar o trabalho de Paulo Bento seriam as prestações nos seus clubes de alguns jogadores, mas o treinador teima em esquecê-los. Falo de Eliseu, Manuel Fernandes, Antunes, André Leão, Licá, Flávio Ferreira, entre muitos outros que poderiam oferecer algo diferente à equipa das quinas pela qualidade que têm apresentado.
Por último, não é por falta de apoio dos portugueses que a seleção não atinge outros patamares. Se recordarmos a altura da chegada de Paulo Bento, víamos os adeptos de costas voltadas com a seleção, com pouca gente nos estádios. Hoje em dia, a seleção consegue sempre "boas casas" por onde passa e episódios pontuais, como a chegada de Ronaldo a Guimarães, não podem ser tomados como exemplo.
Posto isto, acredito ainda assim que garantiremos um lugar no Mundial (no playoff, à bela moda portuguesa) e talvez até consigamos um bom torneio. Mas depois, voltamos ao mesmo sofrimento, que vem desde trás, num país sempre obrigado a usar a calculadora, apesar da matemática não ser o seu forte...
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