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sexta-feira, 29 de março de 2013

Incumprimento deve ser banido do desporto!


A crise financeira, transversal a todo o universo desportivo, tem feito correr muita tinta. São notícias quase diárias situações de clubes incumpridores com as suas obrigações.
Se até há poucos anos quando faltava dinheiro, os presidentes concediam empréstimos aos clubes, sendo que na maioria das vezes, jamais as verbas lhes seriam liquidadas ou devolvidas na totalidade, sendo estes uns verdadeiros mecenas, hoje em dia, tal como no mundo empresarial, estamos perante homens sem palavra, que contratam e posteriormente não honram os seus compromissos.

Também pegou moda que as direcções vindouras, achem que as dividas do passado não são suas e como tal, não terão de as liquidar. Esquecem-se assim que um clube, tal como uma empresa, quem assume a sua gerência/direcção, arca com todas as suas obrigações inerentes, sejam elas activo ou passivo.

No futebol profissional, então essas situações têm sido banalizadas, com os jogadores a serem coagidos pelos clubes a assinarem declarações de não divida, mesmo tendo salários em atraso, para que estes enviem essa documentação para a liga, aceitando esta a sua participação nas provas profissionais.

Recordo aos dirigentes que é um dever pagar o salário, pois o direito a este é um direito indisponível na vigência da relação laboral, sendo nula a declaração em que o trabalhador abdica de parte do seu salário, bem como o acordo entre o trabalhador e a entidade patronal, celebrado no início ou na vigência dessa relação, no sentido de permitirem certas deduções, que determinem pagamento de salários inferiores aos estabelecidos no contrato ou nos instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho, sendo irrelevantes os motivos determinantes de tal acordo.

A retribuição constitui, para a maioria dos trabalhadores/atletas, a sua única base de subsistência, sendo, por isso, essencial para a satisfação das suas necessidades pessoais e familiares.

O problema dos dirigentes dizem alguns, é que o desporto, tal como o vinho embebeda e vicia, o que leva a que a sede de vitórias a curto prazo se sobreponha à estabilidade financeira das instituições.

Por vezes pergunto-me qual será o investidor que, neste momento, quererá investir num clube que está virada meramente para a questão desportiva, sem pensar num projecto sustentado que gere receita? A não ser questões menos legais, como lavagens de dinheiro, nada mais me ocorre.

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