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quinta-feira, 21 de março de 2013

Aventura na Islândia

Bancada principal do Þórsvöllur
- 7 Graus, era a temperatura que marcava no táxi quando chegámos ao Þórsvöllur, a casa do Knattspyrnudeild Þórs Akureyri (Futebol Clube Thor Akureyri), o campo estava coberto de uma fina camada de neve, mas a equipa feminina do clube já treinava, enquanto no segundo relvado, logo ao lado estava a equipa de Rugby da cidade.

Campo de treinos nº 1 e nº2  do Þórsvöllur e pavilhão indoor.
Tinha à minha espera Sigfús Helgason presidente do Thor, clube recém promovido à 1ª Divisão Islandesa, fazia-se acompanhar de Páll Gíslason o treinador da equipa principal e coordenador do clube. O convite era simples, assumir a equipa de Juvenis do clube, rapidamente me fizeram o esboço da realidade do clube, bastante simples e modesto a dar os primeiros passos na 1ª Divisão com a equipa de seniores masculinos, mas já com uma equipa de futebol feminino bastante respeitável, sendo um dos mais velhos clubes da Islândia fundado em 1915 e também o principal clube do distrito de Akureyri. No ano passado atingiu a promoção e conquistou o titulo da 2ª Divisão Sénior, no ano passado também foi à Liga Europa onde perdeu com o Bohemians por 5-1 na 1ª ronda da competição. O centro de trabalho do clube tem 3 campos de relva natural, e 1 campo sintético indoor, para treinar no inverno, equipas de futebol sénior masculino e feminino bem como academia de formação tanto masculina como feminina

A equipa juvenil!
Apenas restavam 10 jogadores da equipa da temporada anterior, a solução passou pela prospecção, mas a vida na Islândia corre lenta no Inverno, com pouco mais de 4 horas de luz por dia no Inverno em Akureyri, procurar jogadores foi bastante complicado porque muitos deles já estavam ligados a escolas de futebol da zona, mas tudo mudou quando o Liverpool decidiu celebrar uma parceria com a ainda recém criada Thor Academy, na primeira prospecção que fizemos após a parceria, apareceram 150 miúdos dos 8 aos 15 anos, à procura de um lugar numa das equipas da Academia, com o passar dos dias, começava a receber no meu email, vídeos de alguns jogadores feitos por pais, tios, avós, tudo à procura de um lugar na equipa, o trabalho ficou ainda mais difícil, se antes não tinha por onde escolher, agora tinha dores de cabeça para escolher os jogadores certos, a solução foi criar a equipa B de Juvenis, algo muito recente na Islândia, e que me obrigou a jurar ao presidente que a equipa iria ser capaz de se auto-sustentar, através de patrocínios próprios, ambas as equipas utilizam o mesmo conceito táctico, usando as mesmas movimentações, tudo isto para que quando necessário, seja possível promover e relegar jogadores entre as duas equipas.
O objectivo com tudo isto também mudou: passámos de uma temporada na luta pela não despromoção a um lugar nos 5 primeiros, que depois discutem numa espécie de mini-liga o titulo de campeão.


Esquema táctico usado pelas duas equipas de juvenis.
Athygli á varnarmálaráðherra! (Atenção à defesa)

Enquanto no meio campo tínhamos uma equipa letal e eficaz que conseguia lançar contra-ataques venenosos e pressionar a equipa adversária, fartava-me de gritar com os centrais e laterais da equipa, o posicionamento defensivo parecia não existir, depois de um mês de treino, não era possível, que ainda não soubessem como colocar jogadores em fora de jogo, ou como pressionar um jogador e se movimentarem em conjunto. A solução foi simples, amarrar todos os jogadores do sector defensivo: 1 libero, 2 centrais e 2 laterais e obriga-los a treinar amarrados uns ao outros, deu resultado, todos eles entenderam o seu lugar no campo e todos eles agora ocupam as zonas que lhes são destinadas, a única dificuldade continua a ser o ponta de lança já que até aqui, ainda não encontrámos nenhum que consiga jogar bem com os pés, apesar dos 5 que dispomos nas duas equipas saberem jogar bem de cabeça não são capazes de o fazer com os pés, e pelo que parece, é raro o ponta de lança islandês que o saiba fazer. 
No primeiro jogo treino, contra a equipa B a Thor Academy A venceu por 2-0, no segundo amigável enfrentámos a equipa de juvenis do Tindastóll / Hvöt e vencemos por 1-0, num típico jogo físico e táctico, com muito trabalho para a nossa defesa que mostrou estar em completa sintonia, e entender quando subir e baixar no terreno.

O reconhecimento do trabalho!
Com o passar dos dias, as duas equipas de juvenis tornaram-se fortes e os jogadores preparam-se para o campeonato que arranca em Abril, enquanto que a equipa sénior começa a delinear agora o seu projecto para a próxima temporada. Foi-me endereçado o convite para fazer a observação dos adversários, algo que aceitei, pelo elevado desafio que representa, vigiar as acções de 11 equipas e compreender quais os seus pontos fracos e fortes é sempre uma coisa difícil de ser fazer especialmente se tivermos em conta que o futebol é «uma caixinha de surpresas» para além disso, passei de treinador a coordenador das camadas jovens, estando especialmente voltado para o trabalha das equipas A e B juvenis.


Vista aérea do Þórsvöllur


Um dos jogadores mais cobiçados na Islândia neste momento:

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