O 4-3-3 de Zeman!
Zdeněk Zeman,
nascido em 12 de maio de 1942 em Praga na Checoslováquia (atual capital da
República Checa), é o atual treinador da Roma e o último romântico do
futebol.
Conheça o
esquema tático que o caracteriza particularmente.
Zeman construiu a
sua carreira praticamente toda na Itália, onde tentou mudar um pouco a
mentalidade italiana, que é de um futebol de contra-ataque e defesas
imbatíveis, colocando o seu esquema de jogo em 4-3-3, que favorece totalmente o
ataque e leva um número elevado de golos.
Por exemplo, no
Pescara, a ultima equipa que Zeman treinou e onde conseguiu o seu último título,
a equipa fez 90 golos e sofreu 55, tendo um diferença de
27 golos para com o Torino, que foi segundo classificado. Esses
números são algo irrealistas para qualquer equipa italiana e de qualquer lugar
do mundo.
A formação
Quando fala sobre
sua formação, Zeman sempre diz: “É o caminho mais racional para cobrir os
espaços”; e porquê? A dinâmica e eficácia da sua formação são espetaculares e
isso vai do Guarda-Redes até o ultimo avançado, todos eles tem uma função específica.
Para Zeman, o
Guarda-Redes tem que jogar longe das traves, saber ler bastante bem o jogo e ter
uma boa qualidade com os pés para poder ajudar os seus centrais quando estes sofrerem
uma pressão adversária. O Guarda-Redes que ficou bastante popular nessa
formação, foi o Francesco Mancini, onde junto com Zeman esteve nos dias de glórias
ao Foggia.
Defesa
A defesa tem que
ser organizada em semicírculo, com os laterais mais na frente, os laterais tem
total liberdade para subir para serem as principais opções no ataque.
Meio-campo
A linha de meio
campo é composta por 3 jogadores, onde existe um “cão-de-guarda” que presta apoio
a defesa e recupere bolas mas que também consiga sair a jogar, e os dois médios
que fazem as ilimitadas sobreposições.
Ataque
O grande destaque
deste esquema tático é o tridente ofensivo. Os três jogadores são
obrigados a se movimentarem continuamente, assim não há ponto de referência
para as defesas adversárias fazerem marcações . Têm também que ser
rápidos e ter uma excelente técnica sendo que por vezes até trocam de posição
com os dois médios mais ofensivos.
Mas quem é o
goleador? Não existe, porque a principal tarefa é cumprir a tática, a estratégia,
o golo é uma mera consequência disso tudo.
A chave para a
movimentação ultra ofensiva é o atletismo, isso não significa que os jogadores tenham de correr "à Usain Bolt". Cada jogador vai correr de acordo com o setor que
ele corresponde.
Supremacia Territorial
O outro princípio
é a supremacia territorial, como vocês podem ver em baixo. Zeman cria um 2-5-3
bem compacto, com uma aproximação impressionante e por isso precisa de esteticismos dos
seus jogadores, porque se não seria uma verdadeira formação de Jair Picerni
(irei falar dele em breve). Com esta formação, a equipa ganha totalmente o meio
campo, fazendo com que fique com uma grande posse de bola. E como diz o próprio
Zeman: “O ataque é a melhor defesa”.
Profundidade
A profundidade é
a procura por atacantes, que se movimentaram verticalmente e eles tocam sempre
na bola, mesmo se estiverem em fora de jogo. Os laterais procuram sempre jogar
verticalmente, e isso às vezes faz com que a equipa ganhe forma de
um triângulo no meio campo, como na imagem em baixo.
Mas numa equipa
que joga ofensivamente não existe nenhum ponto fraco? Sim, há um ponto fraco.
Basta colocar os seus avançados nas costas dos laterais ou torcer por um passe
errado, fazer um contra-ataque e marcar o golo.
Esta formação
está longe de ser perfeita, mas chega perto da perfeição, muitos
treinadores tentaram repeti-la mas sem sucesso. Só Zeman para usá-la, e você
numa consola, tablet, telemóvel ou PC.
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