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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A sombra da superioridade



É no rescaldo da terceira vitória consecutiva do FC Porto na Champions que me vou debruçar sobre algo que me assalta o pensamento (assaltava-me já antes mas sem forma de o veicular para a comunidade) a mim, aos portistas em particular e a todos os que se interessam por futebol no geral.







Falo como parece óbvio da "síndrome de Morfeu" que assalta a equipa do FC Porto quando se encontra em posição de vantagem no marcador, de uma forma demasiado frequente (eu diria até habitual) em jogos contra equipas às quais é superior, algumas até de uma forma bastante evidente.
Será óbvio que por esta altura os habituais detratores de Vítor Pereira (sempre diligentes no "bota-abaixo" em relação ao técnico portista) disparam na direção do costume.

Os teóricos da bola aparecerão com qualquer tese complicada sobre coisas que mesmo a gente do futebol necessitará de um dicionário a acompanhar para pelo menos acompanhar o ritmo "Manuel Machadês" de tais intervenções.
Os adeptos mais comuns culparão os ordenados chorudos dos jogadores, o fim do amor à camisola entre outras coisas já desadequadas dos tempos atuais.
Mas face ao denominador comum de só acontecer em determinadas condições, como pudemos observar esta quarta-feira dá-nos em minha opinião uma resposta plausível.

Para deceção dos apaniguados do clube "despeçam Vítor Pereira" esta minha conclusão exclui-o do rol dos culpados.
A explicação está pois na mente dos jogadores. Na sua noção, a partir de certo ponto da partida da sua superioridade em relação ao adversário e que o simples controlo fará com que os obstáculos se vençam.

Sempre que o FC Porto se depara desde início com uma equipa que se sabe ter argumentos à partida semelhantes desde logo a atitude da equipa é contínua no que de positivo isso mesmo aponta.
No entanto em jogos nos quais o FC Porto denota uma superioridade maior à partida a equipa cai no marasmo após o primeiro golo (contra o Olhanense inclusive sofreu em primeiro lugar pois iniciou em marasmo).
A equipa parece precisar de uma "provocação", de ser espicaçada para de facto materializar essa superioridade.
Ninguém duvida, aliás já todos vimos (conferencias de imprensa etc.) Vítor Pereira deixar a mensagem e ninguém acredita que não faça o mesmo no seio do grupo.

Resta pois aos jogadores, os verdadeiros intérpretes do jogo colocarem isso em prova; saberem que a "sombra da superioridade" é fria e esconde perigos que por uma qualquer falta de sorte ou até de tempo podem não ser ultrapassados pela evidente qualidade da equipa. E mais vale resolver os possíveis problemas à partida do que, de forma reativa, combater os obstáculos aparentemente por si criados.

Fica esta lição após a observação dos jogos do FC Porto 2012/2013.
A qualidade abunda, existe e a consciência que não podemos ser o nosso maior e mais perigoso adversário.

6 comentário(s):

Anónimo disse...

penso que é algo que nada tem a ver com treinador mas sim ja estrutural devido a um habito de ganhar tao afincado.. como se achassem que com mais ou menos esforço no porto ganhasse sempre!

26 de outubro de 2012 às 17:49
el_bandido17 disse...

Isso é trabalho do treinador e equipa técnica, um jogo dura 90 minutos e nesses 90 minutos ha que jogar como se estivessem empatados, para isso é que são pagos

26 de outubro de 2012 às 17:55
Anónimo disse...

parece-me um defeito existente em qq equipa grande, sendo q tv o adepto portista não esteja tão habituado a este fenómeno como os demais, tv ppq a sua estrutura conseguia incutir outra atitude na equipa. Pode ser algo mais dificil de controlar agora com tantos estrangeiros nas equipas e portanto distantes da mística do clube.

26 de outubro de 2012 às 17:55
Unknown disse...

Não o especifiquei mas tenho em conta que a idade também ajuda a esta sindrome.

26 de outubro de 2012 às 18:12
lurdinhas disse...

ótimo artigo

26 de outubro de 2012 às 18:31
Drama disse...

Eu acho que um bom treinador é capaz de incutir uma outra mentalidade à equipa e mantê-los empenhados durante 90min ou muito perto disso, mas de facto isto é um síndrome de equipa grande. O mesmo acontece no Benfica e aconteceria no Sporting se o seu momento fosse outro. Bom artigo

27 de outubro de 2012 às 14:06

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