O fator Matic
Meia época depois, quase todos mudaram de opinião...
Jorge Jesus, auto-denominado catedrático do futebol e mestre da tática, sem qualquer reforço de última hora na ressaca dessas duas saídas (jogadores essenciais na época anterior), resolveu inventar (como tantas vezes tem feito e diga-se bem feito na maioria das vezes), mudando o sistema no papel do 4-1-3-2 habitual (a famosa tática suícida) para um 4-4-2 tradicional à inglesa, colocando o extremo (seria mesmo?) Enzo Perez e o 8/10, mas nunca trinco Matic numa espécie de duplo pivot à frente da defesa. Sistema demasiado conservador, disse a maioria silenciosa (nos quais me incluo), que traria regressão ao futebol da equipa e ainda por cima com jogadores pouco adequados ao papel atribuído.
Os primeiros jogos neste sistema pareciam dar razão a esta maioria porque a equipa não conseguia pressionar alto nem dominar o jogo na maior parte do tempo, parecendo os jogadores coabitar num limbo em que só existia defesa e ataque, sendo o meio campo uma espécie de passador para os adversários.
Mas, o tempo foi passando e Enzo Perez começou a destacar-se pela sua raça, entrega e capacidade para levar jogo para a frente através do seu exímio controle de bola e velocidade acima da média. Matic continuava no entanto a ser olhado com desconfiança... Poderia um gigante sérvio meio desengonçado substituir o Melhor trinco do clube desde Paulo Sousa?
A equipa começou a jogar melhor e os adeptos começaram a olhar para aquele meio campo que, embora quase sempre em inferioridade numérica perante os adversários consegui controlar o jogo e tornar toda a equipa uma máquina de ataque.
E de repente seria o ex-quase ostracizado Enzo o principal responsável por tudo isto? Não!!! Enzo Perez tem estado muito bem no seu papel, mas quem tem realmente marcado a diferença é o tal sérvio desengonçado.
O gigante sérvio, que desde que chegou a Portugal foi sempre olhado com desconfiança por não ser nem carne nem peixe, embora todos lhe reconhecessem capacidade técnica acima da média, exibe atualmente uma capacidade invulgar para controlar todo o jogo da equipa, e mais importante, para manietar o meio campo adversário. Matic, é neste momento a prova viva que mais importante que o sistema tático, é a dinâmica dos jogadores que a compõem.
O sérvio alia um físico altamente recomendável para a posição, a uma panóplia de recursos técnicos que lhe permitem transportar a bola colada ao pé até à área adversária ou coloca-la em passes teleguiados onde quer. A tudo isto, junta-se o grande desenvolvimento a nível tático, como demonstram as suas ações em campo nos últimos tempos e a sua passada larga que lhe permitem aparecer em todos os focos de incêndio que vão surgindo no terreno de jogo.
Neste momento, já poucos recordam que Javi era o pilar do meio campo benfiquista e a única preocupação é como substituir, se necessário, o fundamental Nemanja.
7 comentário(s):
O Matic é uma revelação. Bom artigo.
3 de janeiro de 2013 às 10:30Jesus no seu melhor em mais esta adaptação.
3 de janeiro de 2013 às 10:50Bom artigo, mas discordo de alguns pontos ... O Matic era um 8 ou um trinco já por sua origem, nunca um 10. Portanto o seu papel em campo já lhe era familiar como aliás se viram em alguns jogos da época passada. Agora é certo que eu nunca imaginaria que em meia época ele me fizesse esquecer o Javi. Ele não é tão agressivo mas é mais refinado, é menos decisivo em termos de golos mas é o absoluto patrão do nosso meio-campo. Atrevo-me a dizer que, com o regresso do Aimar, o nosso meio-campo vai ter capacidade até para manietar o meio-campo portista !
3 de janeiro de 2013 às 13:22Matic está fantástico, de facto. E ainda vai evoluir bastante. Penso que terá de trabalhar o jogo aéreo, que para um jogador com a sua altura, é um pouco fraco. De resto, excepcional.
3 de janeiro de 2013 às 13:36Apesar de todos os defeitos de Jorge Jesus, deve haver poucos como ele a evoluir e potenciar jogadores. A evolução de Matic e Enzo foi tremenda, a equipa sofre menos golos que na época passada, aparece mais compacta e consistente apesar de tudo de mau que se augurava depois de sairem os dois pilares da equipa. Como Portista, tiro o meu chapéu
3 de janeiro de 2013 às 14:27e portistas e sportinguistas q ja rejubilavam de alegria augurando-nos uma pessima epoca sem witsel e javi...pois é...
4 de janeiro de 2013 às 13:56grande revelação da liga este ano
6 de janeiro de 2013 às 15:23Enviar um comentário