Jardel - Um ponta-de-lança no verdadeiro sentido da palavra
A 18 de Setembro de 1973, nascia na cidade de Fortaleza, no Brasil, aquele que havia de ser um dos maiores goleadores que passou pelo futebol português, Mário Jardel de Almeida Ribeiro, Mário Jardel como era conhecido no mundo do futebol.
Vamos escalpelizar a carreira deste que foi um ícone do futebol português na sua era.
No Brasil:
Começou a carreira no Ferroviário, onde fez a sua formação, e passou a profissional. Voltaria várias épocas mais tarde.
Deu nas vistas e mudou-se para o Rio de Janeiro, para o Vasco da Gama, onde deu claramente nas vistas, marcando 26 golos num total de 50 jogos pelo clube, e vencendo o Campeonato Carioca em 3 anos consecutivos, entre 1992 e 1994.
Mas seria no Grémio de Porto Alegre, entre 1995 e 1996, que se lançaria em absoluto, com 31 um golos em 42 jogos, 2 Campeonatos Gaúchos, 1 Campeonato Brasileiro, 1 Taça Libertadores em 1995 e a Recopa Sudamericana em 1996, que o lançariam para a Europa, e para o enorme sucesso que havia de alcançar.
F.C. Porto:
Chegou no Verão de 1996, com o rótulo de goleador, rótulo esse que fez que questão de demonstrar, ao apontar 37 golos nas diferente competições, e sagrando-se Campeão Nacional e Bota de Prata.
Formou uma parceria letal com jogadores como Zahovič, Sérgio Conceição e Drulović, que lhe endereçavam cruzamentos teleguiados que eram concretizados com mestria pelo "Super-Mário", como lhe apelidaram as claques portistas.
Mas 1996/1997 foi apenas o início de 4 épocas de verdadeiro luxo do avançado brasileiro, com mais 2 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal e 3 Supertaças. Individualmente, foi por mais 3 vezes consecutivas melhor marcador do Campeonato Português, e melhor marcador Europeu, e galardoado com a Bota de Ouro em 1998/1999.
Ganhou tudo o que havia a ganhar em Portugal, mas faltava-lhe algo, algo internacional...
Galatasaray:
A passagem pelo emblema turco foi curta, mas acabou-lhe o que ele ainda não havia alcançado na Europa, um título europeu, e a sua mudança para Istanbul foi cheia de oportunidade, pois o emblema da capital havia-se sagrado na época anterior vencedor da Taça UEFA, e sendo assim, disputaria diante do Real Madrid, no Mónaco, a Supertaça Europeia.
E lá estava ele, Mário Jardel, a mostrar todas as suas credenciais, e a dar aos 41 minutos vantagem ao emblema turco. Apesar da grande penalidade convertida por Raúl, e que faria o encontro arrastar-se para o prolongamento, aos 103 minutos e também de grande penalidade, Jardel selava a vitória e o 2º triunfo europeu dos turcos em toda a sua história.
A restante época já não teve o brilho que esta entrada lhe augurava, e apesar dos 34 golos em 43 jogos, nada mais conquistou pelo clube turco.
Sporting:
E o "Super Mário" regressava a Portugal, e a Lisboa, mais concretamente, a Alvalade, onde numa única época voltaria a conquistar tudo o que havia a conquistar em Portugal, Campeonato Nacional, Taça de Portugal e posteriormente a Supertaça Cândido de Oliveira, voltando a ser não só o Bota de Prata, como também o Bota de Ouro, contabilizando um fabuloso total de 55 golos em 42 partidas.
Com o seu municiador de serviço a ser João Vieira Pinto, quem diria que o goleador brasileiro voltaria a provar tanto sucesso por outro clube português, e numa única época.
Na época seguinte, marcaria ainda 12 golos em 20 golos, iniciando-se a queda deste colosso do nosso futebol.
Na seleção:
Se em 1993, na Austrália, com 12 minutos no jogo contra a Noruega, que o Brasil venceu por 2-0, Jardel ganhou o direito a ostentar o título de Campeão do Mundo Sub-20, a sua passagem pelo escrete canarinho não foi tão bem sucedida como nos clubes por onde passou, mas verdade se diga, numa selecção que ostentava nomes como Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, entre muitos, muitos outros, só o facto de ele ter sido chamado a esta passadeira de estrelas, diz muito da sua qualidade, e mostra que era de facto um finalizador que figurava entre os melhores do mundo.
Actuou em 10 partidas pela selecção AA do Brasil , marcando um golo, num particular frente à Tailândia.
O declínio:
Como as várias imagens mostram, depois de Alvalade, foram várias as paragens do "Super Mário", sem que tivesse sido propriamente bem sucedido por onde passou.
Bolton, Ancona, Newell’s Old Boys, Goiás, Beira-Mar, Anorthosis, Newcastle Jets, Criciúma, Ferroviário, América-CE, Flamengo-PI, Cherno More e Rio Negro-AM, por esta ordem, foram os emblemas que Jardel representou, até terminar a carreira em 2011.
Nem tudo foi negativo, visto que Jardel ainda conquistou, por esta ordem, a Liga Argentina de Apertura em 2004/2005, o Campeonato Goiano (uma das competições regionais do Brasil) em 2006, e a Liga Australiana em 2007/2008, perfazendo um total de 42 golos em 122 jogos em todos os clubes por onde passou. Nada mau, poder-se-ia dizer, mas nada daquilo a que nos habituou.
Fica a saudade dum grande ponta-de-lança, que apesar de como ele próprio afirmava, "Não jogo nada, mas faço gol.", foi dos melhores avançados que o futebol português e europeu conheceram. Fica um pequeno vídeo com alguns dos seus golos:
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