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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Futebol nacional - Que futuro?



Vários factores se conjugam para uma mudança no planeamento e visão de mercado no futebol nacional se não num futuro próximo pelo menos a médio prazo.
Desde os maiores clubes até à selecção nacional que possibilidades para o futuro?

De certo esta é uma questão que nos terá já assaltado a todos face a vários factores.
Desde a crise económica, passando pela sustentabilidade dos clubes e ainda mais sério porque não dizê-lo a competitividade da selecção nacional.
Num tempo em que apenas os muito ricos do mundo da bola conseguem protagonizar as habituais "big transfers" e pelo facto de serem ou máquinas de fazer dinheiro ou os mais recentes "petroclubes" de milionários árabes e de oligarcas russos, onde mesmo clubes com tradição e normalmente economicamente fortes se retraem cada vez mais (ver o exemplo dos clubes italianos, cada vez menos e menos gastadores, chegando por vezes, a recorrer a situações de empréstimo de jogadores em vez de transferência imediata) os clubes de nível económico médio (onde estão incluídos os nossos "grandes"), e que sobrevivem muito á custa de eventuais transferências para este tipo de clubes têm cada vez mais ameaçado o seu "modelo".
Isto porque exceptuando as arábicas contas sem fundo que ocasionalmente possam depositar valores de excepção nas necessitadas contas desses mesmos clubes (situação que apenas tem séria possibilidade de acontecer perante jogadores com valor futebolístico de excepção).
Nesta conjuntura o aparecimento deste tipo de jogadores não sendo uma certeza, perante a possibilidade de inflação nos mercados secundários que estes mesmos clubes apostam, principalmente o sul-americano alternativo ex: Colômbia, Paraguai entre outros (ver exemplo do mercado principal do Brasil, no passado um mercado acessível, hoje um mercado caro) surge a pergunta...Será tempo de alterar modelos? Será agora que apostar na formação traria benefícios? Será isso uma possibilidade ou até certo ponto uma necessidade?
Olhando para a nossa formação em anos recentes podemos facilmente constatar que esta é um sucesso até à fase de passagem entre o futebol de formação e o futebol de primeira. Os nossos clubes têm sempre promessas, jogadores com potencial elevado mas que parecem baquear na hora da afirmação e passagem à equipa principal.
Umas vezes por razões estruturais na maioria, e outras por falta de capacidade em tornar o potencial em valia de facto.
A criação esta época das equipas "B" seria um dos pontos importantes em facilitar essa passagem tantas vezes fatal para os talentos jovens. Resta saber até que ponto a competição numa liga profissional (2ª Liga), conhecida por ser dura e competitiva irá proporcionar o crescimento necessário quer a nível tactico (o mais importante muitas vezes nestes casos) como técnico para que os jogadores estejam preparados para desafios maiores. Isto além da questão sempre presente das oportunidades concedidas, ou na outra face da moeda ao "desterro"  dos empréstimos consecutivos e morte prematura de um talento.

Nesta óptica, e verificando-se essa alteração nos modelos a aposta na formação traria por exemplo benefícios à nossa selecção.
Já pensaram na nossa selecção daqui a 7 ou 8 anos? Quantos jogadores considerados de grande potencial nos sub-17 ou sub-20 têm conseguido ascender à selecção principal?
A média de idades dos nossos jogadores mais determinantes e de classe superlativa situa-se algures entre os 26-29 anos. Terão possibilidades de contribuir em grande nível a mais uma talvez ,com sorte, duas competições internacionais.
E depois? Quem preencherá o buraco? 
Certamente não os grandes valores dos nossos maiores clubes actualmente pois em 95% dos casos são de nacionalidade estrangeira. De certo não os jogadores de 2ª linha da "diáspora" portuguesa em vários locais da Europa futebolística, pois, com todo o respeito para com as suas qualidades seriam sempre boas soluções de recurso (os chamados bons suplentes ou jogadores úteis), mas como o próprio nome indica uma solução de recurso significa não ser da primeira linha.
Não levei muito tempo a pensar nisto quando um destes dias um conceituado jornalista desportivo português (José Manuel Freitas) dizia que "Se nada for feito Portugal andará a discutir jogos com adversários do seu novo nível, Lichtensteins e Luxemburgos.
Tirando o exagero óbvio da afirmação que tinha apenas a intenção de nos alarmar para o "buraco geracional" do nosso futebol, todos nos deixamos assaltar por estas mesmas questões e se será a um nível geral um bem necessário.
Em nome da sustentabilidade dos clubes nacionais essa mesma aposta combinada com uma aposta clara nos mercados nacionais traria transversalmente benefícios directos também à selecção.
O futuro é de facto amanhã....mas as ideias terão que começar a nascer hoje para que o futebol nacional não entre em "crash" quer económico quer principalmente competitivo.

3 comentário(s):

Anónimo disse...

Pois é, quando os Ronaldos e Moutinhos se acabarem prevejo a coisa negra e muito longe das equipas b serem a solução, vão aparecer uns putos jeitosos e um em 5 dá algo.. com esta mentalidade no futebol tuga portugal vai andar ao nivel de sérvias e irlandas, por outro lado olhamos para o oposto de mentalidades no futebol belga e holandês e de um lado vémos uma selecção com uma reliquia em nova geração e do outro uma selecção com bases e cheia de talentos a despontar.. nestes paises os miudos são lançados sem medos seja nas equipas seja nas selecções

1 de novembro de 2012 às 22:18
Anónimo disse...

penso que tudo vai depender da capacidade que o os nosso clubes maiores vão ter para resistir a comissões. Se isso acontecer, rapidamente voltamos a ter bons valores. Qualidade não falta.

1 de novembro de 2012 às 22:48
el_bandido17 disse...

grandes resistirem a comissões?? isso nunca vai acontecer.... ha muitas influencias e interesses

1 de novembro de 2012 às 23:00

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