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domingo, 27 de janeiro de 2013

O novo pistoleiro

 
Ao ver Lima jogo após jogo, não consigo dissociar a sua imagem de um qualquer Western spaghetti realizado pelo mestre Sergio Leone. Não sorri, agora nem festeja (vide golo ao Sp. Braga), mas mata o adversário com grande parte dos seus golos a serem decisivos esta época.


Quando foi contratado pelo Benfica ao Braga a apenas algumas horas do fim do prazo de inscrições no inicio desta época por 4 milhões de euros, grande parte dos adeptos do clube da Luz considerou a contratação cara e desnecessária. Diziam que o Benfica já tinha muitos avançados, que o jogador não valia todo esse dinheiro mais Michel, que já estava velho, que era bom para clubes pequenos... Cinco meses depois, Lima tornou-se novo herói desses mesmos adeptos. Já ninguém o critica, ninguém o acha caro ou velho. Lima conquistou o seu espaço ao ponto de a frente de ataque do clube da Luz ser neste momento Lima e mais um.

Mas o que conquistou os adeptos? Os golos obviamente, mas também a forma como o brasileiro se apresenta sempre em campo.
Olhamos para Lima e vemos a sua face quase sempre fechada, sem demonstrar emoção ou cansaço. Imaginamos Clint Eastwood como descrito por Leone: «Eu gosto do Clint Eastwood porque ele tem somente duas expressões faciais. Uma com o chapéu e outra sem ele.». E assim é Lima, só muda de expressão quando marca porque até esse momento, se observarmos bem fundo, vemos Lima a correr sempre com grande cadência em busca da bola ou da melhor desmarcação. Persegue o adversário com bola até este se cansar de o ver e quando o outro pensa que ele desistiu, mete o corpo ou o pé, ganhando muitas vezes a bola ou impedindo pelo menos a equipa adversária de sair da defesa. De repente vemos Lima a transportar a bola como se de um médio se tratasse  e quando a passa, de imediato se desmarca tranformando-se no avançado que sempre foi. Pelo meio, joga numa das extremidades do campo como se fosse extremo de raíz.
E ontem vimos a nova faceta de herói spaghetti do brasileiro- Marcou ao seu anterior clube o golo da vitória, mas não festejou, mostrando assim que não renega a sua origem nem cospe no prato onde comeu nem na casa que o abrigou. Tal como um Gunman sem nome que não procura ser reconhecido, mas somente abater inimigo após inimigo, Lima vai seguindo o seu caminho e, mesmo não o procurando, começa a ver o seu nome ecoar entre os adeptos.

Cara de mau, vagabundo pelo campo, goleador sniper... Apreciem o pistoleiro do Pará!

6 comentário(s):

Tobias disse...

O lima foi uma grande contratação do benfica. Tem dado mto jeito!!!!

27 de janeiro de 2013 às 21:18
Joe Casanova disse...

De fato é uma boa analogia. Lima tem mesmo cara de um protagonista de western spagheti- parece ele contra o mundo, aqui personificados nos adversários.
Bom texto!

27 de janeiro de 2013 às 21:30
Anónimo disse...

para kd um artigo sobre el bandido?

27 de janeiro de 2013 às 23:44
Jotas disse...

Já existe um aqui:

http://duplopivot.blogspot.pt/2012/10/el-bandido.html

28 de janeiro de 2013 às 00:33
Anónimo disse...

Tem razão. Obrigado. estou a gostar do blog.

Cumprimentos

JC

28 de janeiro de 2013 às 01:01
Jotas disse...

Nós é que agradecemos.

Cumprimentos

28 de janeiro de 2013 às 02:17

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