O fantástico regresso do Estoril

O fantástico regresso do Estoril

Depois da vitória na 2ª Liga na temporada passada, o sucesso parece não ter largado a equipa do concelho de Cascais. Os canarinhos vão fazendo um campeonato tranquilo, muito competente e sem ambições desmedidas, mas com os resultados a mostrarem que é possível sonhar com feitos históricos.


À segunda tentativa (no século XXI), o Estoril parece ter percebido a fórmula para se manter na Liga principal do nosso futebol. Depois da travessia complicada em 2004/05, os estorilistas estão a aproveitar a sua segunda oportunidade para mostrar que têm qualidade para estar no principal escalão do futebol português. Pela mão do jovem e ambicioso Marco Silva, que tem feito um fantástico trabalho com esta equipa, o Estoril é sexto, apresenta futebol de qualidade e até tem capacidade para lutar por mais.

A equipa é sólida defensivamente. Vagner, guarda-redes pouco mencionado pela imprensa, tem sido dos melhores na sua posição esta temporada. Destaque ainda para Steven Vitória, que para além da liderança que mostra, tem faro para os golos, principalmente para os de grande penalidade, e para Jefferson, um lateral esquerdo ofensivo, com boa colocação em campo e grande capacidade de remate.
No meio campo, Gonçalo Santos tem sido imprescindível dando força física à equipa, não esquecendo a excelente capacidade de desarme e posicionamento. Ao seu lado, formando um duplo pivot defensivo, as opções vão alternando entre Diogo Amado e João Coimbra, dois jogadores que mostram capacidade para destruir o jogo do adversário e começar a construir o da sua equipa. Na posição "10" surge Evandro, que tem sido também uma das grandes surpresas desta equipa estorilista. Sem dar muito nas vistas, Evandro é muito eficaz no passe e aparece facilmente na zona de finalização.
Na frente, Licá e Luís Leal têm sido talvez as maiores figuras dos canarinhos. Rápidos e com faro de golo, dão trabalho a qualquer defesa. Os dois estão habitualmente acompanhados pelo regressado Carlitos, que alia à sua experiência, a velocidade e qualidade no cruzamento.

Todos estes fatores fazem deste Estoril uma das equipas surpresa da Liga e um dos clubes a observar de perto até final da temporada. E tem obrigatoriamente de se dar mérito, mais uma vez, a Marco Silva. O jovem treinador vai no seu segundo ano como técnico e a experiência não podia estar a correr melhor, com uma subida de escalão e um sexto lugar (até agora) no campeonato. Não deverá ser coincidência o facto das três equipas surpresa do campeonato (Paços, Rio Ave e Estoril) sejam treinadas por jovens treinadores. Num país onde não é fácil os jovens se imporem, seja em que profissão for, os três técnicos mostram capacidades que trazem grande esperança para a carreira de treinador em Portugal.

O Estoril é sexto e até pode aspirar a algo mais. A incógnita será mesmo se conseguirão continuar a superar as expectativas. A despromoção está longe do horizonte e, mantendo a forma, o Estoril pode tentar fazer um dos melhores campeonatos da sua história. E com a Liga Europa ali tão perto...