O novo Benfica

O novo Benfica

Pouco mais de dois meses após as vendas de Javi Garcia e Axel Witsel, analisemos o novo Benfica. E não apenas as mexidas no meio-campo. Por todo o campo houve mudanças.

Lateral Esquerdo: Melgarejo é o titular. As palavras e escolhas de Jesus provam-no. Apesar de alguma utilização ultimamente de Luisinho. Em relação ao ano passado, há mais ataque vindo da esquerda. E Melga até tem vindo a defender melhor que Maxi. Mas não melhor que Emerson. Logo, a lateral esquerda tem mais profundidade e velocidade, mas menos altura e capacidade defensiva.

Médio Defensivo: Javi era o pilar da equipa. Matic tenta sê-lo agora. O sérvio ganha a Javi no controlo de bola e até na construção de jogo. Mas perde no posicionamento, confronto físico, jogo aéreo (apesar da altura!) e como voz de comando. Matic tem tempo para melhorar todos estes aspectos. Conseguirá?  Ainda ninguém sabe. Mas tem cumprido as suas funções.

Médio Centro (Box-to-Box): Aqui surge a maior novidade e também a maior surpresa. O médio-direito Enzo Pérez, aquele que teve uma má primeira época, é o dono do lugar. E os jogos que tem feito, mostram que tem qualidade para lá estar. Tem recuperado bolas e é de fácil aceleração quando se trata de levar a equipa para a frente. Uma das maiores surpresas, pela positiva, do Benfica e, porque não, da Liga.

Extremos: O recém-voltado Salvio agarrou o lado direito com um início de época fantástico. Nem parece que esteve fora um ano. Na esquerda, constantes alterações com Gaitán, Bruno César, Nolito e Ola John. O holandês parece ter agarrado o lugar. A confiança tem aumentado, as assistências também e o dinheiro investido já não parece um problema tão grande. Tal como com Salvio.

Avançado/Ponta-de-Lança: A contratação de Lima foi bastante criticada pelos adeptos da Luz, principalmente devido à idade do jogador. 13 jogos e 7 golos depois, Lima agarrou o lugar e já ninguém fala em má contratação. Aliás, fala-se em excelente aquisição. A dupla da frente é agora Lima e mais um. Cardozo neste momento está em melhor forma e tem combinado bem com o brasileiro.

Para além de tudo isto, parece surgir, face à crise, a aposta em jovens portugueses (finalmente!). André Almeida e André Gomes são os melhores exemplos. Mais estarão para vir. Mika, Cancelo, Miguel Rosa ou Ivan Cavaleiro deverão ser os próximos, mais cedo ou mais tarde.

É por isso, este, um Benfica diferente do de outros anos. Órfão de maestro (Aimar e Martins sempre lesionados), aposta-se no que há. E o que há tem vindo a subir de forma. Será o suficiente para o Campeonato e Europa? Veremos...